O Governo defende a MP dos Médicos. Afinal, ela pode ser tábua de salvação da popularidade da presidenta, preocupada com a reeleição. Já o Conselho de Medicina defende seu mercado. 

Popularizar a profissão pra quê? Se aumenta a oferta, cai a demanda, e com ela os altos salários de uns poucos doutores afortunados - médicos que de tão raros em suas especialidades vivem como semi-deuses num Olimpo de fama e dinheiro, de onde só descem para atender endinheirados.

O Governo diz que faltam médicos, o Conselho diz que não.

Enquanto isso, os números oficiais dizem (e não mentem): para cada mil habitantes há menos de 2 médicos no Brasil. E em regiões mais pobres como o Norte e o Nordeste a razão é ainda pior - menos de um médico para cada mil pacientes. Então, façam as contas: Tem médico sobrando ou faltando? 
 
É claro (e ninguém é ingênuo de acreditar) que só a contratação de mais médicos não vai salvar a saúde do país. Além deles, falta investimentos, faltam hospitais, pronto-socorros, faltam leitos, falta material, falta gestão hospitalar...

Trazer mais médicos não será o fim de todos esses problemas, mas pode ser o começo de uma solução...

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